sexta-feira, 15 de julho de 2016
Estudo aponta que maioria de adolescentes vítimas de homicídio na capital é homem e negro
O Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência apresentou, nesta sexta-feira (15), na Assembleia Legislativa, relatório preliminar que aponta que 97% dos adolescentes assassinados em Fortaleza são homens e 65% são negros. Foram 145 casos analisados.
Além disso, o estudo identificou que 53% dos jovens mortos nunca cumpriram medidas socioeducativas e 74% estavam foram da escola há, pelo menos, seis meses.
Já entre os adolescentes que cometeram homicídios, 53% tem conflitos no bairro ou em outro território, 44% possuem limitação para se locomover nas áreas onde moram e 89% deles declararam já ter sofrido agressão policial. No total, foram ouvidos 122 adolescentes autores de homicídios.
O deputado Renato Roseno (Psol), relator do Comitê, comentou que a morte começa no abandono e na vulnerabilidade desses jovens. “Essa cadeia de abandono é que leva ao envolvimento com o mercado de armas e a morte", afirmou o parlamentar.
Renato Roseno adiantou que a segunda etapa do trabalho desenvolvido pelo Comitê “é desenhar um conjunto de políticas públicas eficazes, bem detalhadas, com metas pontificadas para prevenção dos homicídios". Roseno avaliou que há vários sinais de alerta para identificar os jovens que podem ser vítimas de homicídio.
Saiba mais
O Comitê Cearense pela Prevenção e Redução de Homicídios na Adolescência é uma iniciativa da Assembleia Legislativa com o objetivo de investigar os motivos dos assassinatos, as histórias de vida e o ambiente onde viviam os adolescentes. A iniciativa tem apoio do Governo do Estado e coordenação técnica do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
(ALCE)