O ex-governador do Ceará e ex-ministro da Educação Cid Gomes (PDT) disse ontem que espera que a maior delação da Operação Lava Jato seja a do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Presidente afastado da Câmara, o peemedebista é alvo de um processo de cassação de seu mandato no Conselho de Ética da Casa. Cunha também é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de ter recebido propina em contratos de aluguel de navios-sonda da Petrobras.
“A grande delação que eu espero é a de Eduardo Cunha. Essa deve ser bombástica. Deve ter histórias de sacos de dinheiro sendo carregados por Cunha e Temer”, disse, sorrindo.
Negociados na Lava Jato, acordos de delação preveem redução de pena e outros benefícios para os colaboradores, como Machado, um dos alvos da força-tarefa, desde que as informações oferecidas se mostrem úteis.
No início do ano passado, ainda como ministro de Dilma Rousseff, Cid teve embate com Eduardo Cunha. Ele foi convocado pela Câmara a se explicar, diante dos parlamentares, por ter se referido aos deputados como “achacadores”.
O episódio terminou com a saída de Cid da Casa e, posteriormente, com um pedido de demissão do ministério. Desde então, o ex-governador do Ceará tem atacado o PMDB em várias ocasiões.
O ex-governador chegou a chamar o partido de “quadrilha” e se referiu ao presidente em exercício Michel Temer como “chefe de quadrilha”. A legenda havia sido uma de suas aliadas estaduais até 2014, quando o senador peemedebista Eunício Oliveira rompeu com os Ferreira Gomes para concorrer ao governo contra o candidato aliado de Cid, Camilo Santana (PT).
Cid evitou comentar a delação de Sergio Machado, tornada pública há dois dias, mas fez um alerta. “Só precisamos ter cuidado para que a delação não se torne uma arma de quem quer se livrar. Precisamos sempre assegurar que seja verdadeira”, afirmou.
E continuou: “Estou mais afastado da política que minha vida inteira e não sou de tripudiar pessoas que estão agora sendo objeto de acusações. Prefiro aguardar”.
Eleições
Cid Gomes participou de evento do PDT estadual ontem, um dos preparativos para as eleições deste ano.
A sigla promoveu curso para candidatos sobre as novas regras eleitorais e como fazer bom uso do marketing nas redes sociais.
O ex-ministro reforçou que o PDT vai tentar acomodar as necessidades de cada região do Estado. As alianças deverão variar de município para município, a depender dos interesses de aliados.
O prefeito Roberto Cláudio, presidente do PDT em Fortaleza, disse que espera o maior número de aliados na Capital, incluindo sua antiga sigla, o Pros. RC é pré-candidato do partido à reeleição.
(O Povo)