Nova diretoria foi empossada nesta quarta-feira. (Foto: Divulgação) |
A nova Diretoria Colegiada do Sindicato dos Servidores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (SINDSIFCE) tomou posse em assembleia geral dos trabalhadores do Instituto realizada na tarde desta quarta-feira, 27/4, no Campus Fortaleza do IFCE, na Avenida 13 de Maio, em Fortaleza. A posse da nova Diretoria, em que a participação feminina é destaque, foi marcada por discursos de disposição renovada para a luta em defesa da educação no novo contexto nacional, com o avanço de forças ultraconservadoras e grande possibilidade de um governo Temer, com José Serra como ministro da Educação.
"Não há dúvida mais de que a espada que pesa sobre nossa cabeça já começa a descer, e com força. No programa do PMDB estão lá muito claramente propostas como desvinculação do orçamento em relação à educação e à saúde pública. Os investimentos em educação e saúde não estarão mais garantidos", alertou Roberto José de Araújo, secretário de Finanças da nova diretoria.
"O momento é extremamente difícil, mas a pior parte ainda não começou. Vemos nos jornais de hoje que José Serra é nosso futuro ministro da Educação. Ou seja, a educação neste País voltará a ser gerida pelo PSDB. Se nós não estivermos devidamente mobilizados e armados dos argumentos necessários pra defendermos uma instituição como essa, que é pública, que beneficia essencialmente as pessoas de origem mais humilde, os filhos da classe trabalhadora, vai ser muito mais difícil uma perspectiva de reação", apontou Roberto Araújo.
"Quando for preciso cerrar fileiras em defesa de uma educação pública, gratuita e de qualidade, precisaremos ter a real consciência e a capacidade de dialogar e convencer cada um e cada uma".
Cobrança ao reitor
Venicio Soares, coordenador de Formação Política e Relações Sindicais, cobrou da reitoria do IFCE a defesa do Instituto, diante das ameaças do novo contexto político nacional. "Muitas ameaças foram colocadas, e não são surpresa, como a vinda do Serra pro Ministério da Educação, entre outras. Dentro desse cenário, me preocupa muito a posição de quem hoje representa os Institutos Federais. A nota que a Reitoria do IFCE publicou sobre esse processo é uma vergonha! Não diz nada com nada sobre o cenário nacional", avaliou.
"Hoje é uma ameaça real que o governo do Temer corte na raiz o que garante o acesso e a permanência do filho do trabalhador nessas instituições, o recurso de assistência estudantil, que garante ao filho do trabalhador em vulnerabilidade social o acesso à educação. Isso é muito sério! E temos uma omissão do gestor dessa instituição, que grita lá fora que é de excelência, mas é incapaz de discutir como vamos sobreviver a essa crise, incapaz de dialogar com as pessoas, vivendo apenas de projetos de gabinete, de dentro pra fora", enfatizou, sob aplausos dos participantes da assembleia.
(Colaborou Dawlton Moura)