terça-feira, 12 de abril de 2016

Governo e oposição tentam captar aliados para votação do impeachment no plenário

No dia seguinte à aprovação do relatório favorável à abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na comissão especial que analisou a admissibilidade do pedido durante 25 dias, parlamentares da oposição e do governo têm reuniões com o intuito de definir a estratégia para a votação no plenário, prevista para começar na sexta-feira (15) e terminar no domingo (17), e captar votos para cada lado.
Deputados que defendem o impedimento da presidenta mantêm hoje (12) encontros informais e agora estão reunidos. Apesar de integrantes da oposição pedirem cautela, o número de votos para o afastamento de Dilma já chegaria a 360 “com os pés no chão”, afirmam assessores da oposição, o que seria suficiente para dar continuidade ao processo e enviá-lo ao Senado.
Governistas evitam cravar um placar, mas apostam que a oposição não conseguirá o número de votos necessários pró-impeachment no plenário. Na comissão, onde foram computados 38 votos a favor e 27 contra o impeachment, o resultado dependia da maioria simples, já no plenário, são necessários dois terços dos votos dos 513 deputados, ou seja 342 votos. Para os governistas, se a oposição não conseguiu dois terços dos votos ontem (11) na comissão, também não vai conseguir no plenário.
O PT começou o dia reunido com assessores e movimentos sociais. No encontro, fechado à imprensa, devem ser definidos atos de manifestação e protesto, como, por exemplo, quando for feita a leitura do relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) em plenário, previsto para 14h de hoje (12). O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, também deve ser alvo das manifestações, já que os governistas o acusam de ter acelerado a tramitação do pedido. Na reunião com assessores, deputados ainda alertaram que é preciso proteger servidores que tem sido “atacados” por se manifestarem a favor da presidenta Dilma.
A estratégia do PT deve seguir em clima de final de Copa do Mundo, como definiram alguns parlamentares ao entrar para o encontro. Será no corpo a corpo que pretendem garantir o número de votos para barrar a coninuidade do processo. Em relação a informações de que estaria em curso uma debandada de deputado do partido, vários petistas negam e dizem que há coesão pela defesa de Dilma. Possíveis saídas podem ocorrer, conforme alguns deputados, depois das eleições municipais e se o impeachment avançar.
(Agência Brasil)

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