segunda-feira, 18 de abril de 2016

Eunício diz que posição do PMDB sai até terça-feira

Senador Eunício Oliveira

"Agora a bola caiu no nosso colo”, disse ao O POVO o senador cearense Eunício Oliveira (PMDB), por telefone, logo que a votação na Câmara definiu pela admissibilidade de abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
A leitura total dos votos dos deputados, que começara à tarde, nem havia se encerrado, mas Eunício sabia que sua noite de domingo, em Brasília, ainda seria longa.
Ele havia acabado de receber uma ligação para ir se reunir na casa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). “Vou dar uma passada lá pra conversar.”
Eunício prevê que até amanhã a bancada do PMDB no Senado, da qual ele é o líder, deva anunciar o posicionamento sobre o processo de impeachment. O partido tem 19 senadores e o quadro é de maioria pela saída de Dilma: oito se declaram pelo impedimento; dois são contra; e pelo menos sete não disseram abertamente qual rumo tomarão, embora emitam sinais de fumaça nesse sentido.
Eunício e Renan são dois desses votos não declarados publicamente. “Eu não quero tornar essa coisa pública para não criar agora problema em relação à bancada. Porque precisamos ter cuidado. Mas não tenho como encaminhar diferente do que é o sentimento da população. Não tem jeito”, afirmou o senador cearense, indicando qual deve ser o anúncio de amanhã.
Na conta dos 19 senadores peemedebistas também está a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, que deve se afastar do cargo e já anunciou que pretende contrariar o partido e apoiar a presidente Dilma.
“Pacificar”
Dos três senadores cearenses, Eunício foi o único que conversou com O POVO depois da votação de ontem na Câmara. Tasso Jereissati (PSDB) lançou nota pelo Facebook: “A Câmara ouviu o clamor das ruas. Agora, é fundamental que encontremos o caminho para superar este momento de nossa história com serenidade, responsabilidade e a brevidade que a situação nos exige. Que possamos pacificar o Brasil e, unindo as forças dos que querem o bem do País, voltar nossos esforços para o combate aos graves problemas que afligem a população brasileira”.
A assessoria do senador petista José Pimentel, em Brasília, chegou a confirmar que ele falaria depois da votação. Mas, após o resultado adverso de ontem, as ligações não foram mais atendidas.
( O Povo)

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