A presidente Dilma Rousseff comemorou nesta sexta-feira, 15, a reversão de importantes votos como do primeiro-vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), um antigo aliado do principal algoz do governo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Esse foi um dos resultados do trabalho do Planalto, em conjunto com seis governadores que desembarcaram em Brasília para ajudar o governo: Flávio Dino (PC do B), do Maranhão, Camilo Santana (PT), do Ceará, Rui Costa (PT) Bahia, Waldez Góes (PDT), do Amapá, Ricardo Coutinho (PSB), da Paraíba e Wellington Dias (PT), do Piauí.
Dilma se reuniu com todos eles, além de vários deputados de suas bancadas. O resultado desta mobilização, de acordo com o Planalto, é que o governo terá até 30 votos a mais de deputados que mudaram de lado. O governo terá também pelo menos 20 deputados, a maioria candidatos a prefeitos, que se ausentarão do plenário no domingo durante a votação do processo de impeachment de Dilma. "O clima mudou no Planalto", assegurou um interlocutor direto da presidente, ao relatar que a aposta é "principalmente nas ausências".
O ministro-chefe do Gabinete pessoal de Dilma, Jaques Wagner, afirmou que "o reforço dos governadores surtiu efeito nas bancadas e ampliou nossa vantagem". Entre as idas e vindas de deputados e seus votos, na noite desta sexta, em uma de suas planilhas, o Planalto contava com 179 votos, sete a mais que o mínimo necessário para barrar o impeachment. Aos que iam ao seu gabinete, a presidente Dilma reiterava que tem os votos para barrar o impeachment e apresentava a sua planilha e anunciava: "ela (a planilha) é confiável".
Depois da reunião com Dilma, o vice-líder do governo na Câmara, Sílvio Costa (PT do B-PE) e o governador do Maranhão Flávio Dino (PC do B), também disseram que o governo tem mais do que os 172 votos necessários para barrar a admissibilidade do processo de impeachment, a ser votado no próximo domingo, 17.
"Temos convicção que teremos margem de votos para impedir 342 votos pró-impeachment", disse Dino. Já Sílvio Costa, afirmou que existem ainda 36 votos de deputados que estão indecisos, os chamados de "a trabalhar" nas planilhas do governo. "Estamos bem acima da margem de erro e hoje detectamos o desespero da oposição", afirmou.
(Estadão)