sábado, 2 de abril de 2016

65 mil pessoas dizem não ao golpe na Praça do Ferriera

Lula foi recebido pelo governador Camilo e deputados

Em uma manifestação histórica que mesmo sob chuva lotou neste sábado (2), a Praça do Ferreira, em Fortaleza, o povo cearense recebeu o ex-presidente Lula e diz "não" ao impeachment. Mesmo com a chuva, foram  mais de 65 mil pessoas reunidas para, no grande ato da Frente Brasil Popular e de toda a sociedade, defender a democracia, a vontade da maioria expressa nas urnas, as conquistas sociais obtidas nos últimos 14 anos, os direitos individuais e coletivos.
O ato contou com participantes de diversos estados do Nordeste, além dos governadores do Ceará, Camilo Santana, e do Piauí, Wellington Dias, dos deputados Arnon Bezera, Chico Lopes, José Guimarães e de vários integrantes da bancada cearense que votarão contra o impeachment, além de inúmeras lideranças, entidades sociais e sindicais, representações populares dos mais diversos setores.
"Não vai ter golpe! Vai ter luta", "Não vai ter golpe! Vai ter Lula", conclamou a população cearense. Foram jovens e idosos, pais e crianças, homens e mulheres, moradores de diversos bairros da capital e de diferentes municípios do Interior, unidos para defender a liberdade e evitar que a história do Brasil volte a ser manchada por um golpe.
"Olê, olê, olê, olá, Lula, Lula!" foi um dos vários cantos entoados pelo povo cearense, para receber o operário que se tornou presidente da República em um dos maiores e mais desiguais países do mundo, tornando-se internacionalmente respeitado ao promover conquistas sociais como o combate à fome e à miséria e a inclusão social de 40 milhões de pessoas.
Milhares de pessoas estiveram na Praça do Ferreira.

"Pra ter impeachment tem que ter base legal, tem que ter crime de responsabilidade. E a companheira Dilma e o seu governo não cometeram nenhum crime de responsabilidade. Por isso defender o impeachment é ser golpista, neste instante neste País", destacou Lula, sob muitos aplausos, no final da manhã deste sábado, na Praça do Ferreira.
"A maneira de chegar ao poder é disputar eleições, ganhar eleições. Eu sou a experiência disso. Perdi muitas eleições, e quero que eles aprendam isso", ressaltou. "Pelo que eu tô vendo, se depender de vocês eles vão ter que esperar as eleições de 2018 pra disputar o governo deste País".
Outdoors e Casa Civil
"Eu soube que ontem nessa cidade encheram de outdoor contra o Lula. Eu não fico com ódio não. Aos 70 anos eu já tô pensando que o homem tá me chamando. O dinheiro que essas pessoas gastaram com outdoor pra falar mal de mim, deveriam ter vergonha na cara e fazer outdoor dizendo o que eu fiz pelo Nordeste brasileiro e o que eu fiz pelo Ceará", disse o ex-presidente, sobre os ataques sofridos em peças publicitárias pagas por forças conservadoras em Fortaleza.
"Se tudo der certo, e a Suprema Corte aprovar, quinta-feira eu estarei assumindo a Casa Civil do governo. E vou dizer por que é que eu aceitei, depois de muito tempo. É porque eu tô convencido, acredito nisso como acredito em Deus, que este País tem que mudar, tem que dar a volta por cima, mudar a economia, gerar emprego e renda pra essas pessoas", frisou.
"Todo dia só se fala em corte neste País. Precisamos falar em crescimento, desenvolvimento e investimento neste País. Volto pra ajudar a companheira Dilma, andar de mãos dadas com ela e com vocês", acrescentou.
"Temer sabe que é golpe"
Lula abordou também a postura do vice-presidente da República. "Temer é um constitucionalista, um professor de Direito. Ele sabe que o que estão fazendo é golpe. E sabe que isso vão cobrar é do filho dele, do neto dele amanhã, porque a coisa mais vergonhosa de chegar ao poder é tentar encurtar o mandato de uma mulher com a seriedade e a qualidade da presidente Dilma Rousseff", afirmou.
(Colaborou Dawlton Moura)

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