Guimarães saiu em defesa de Lula. (Foto: Flávio Pinto) |
"Um espetáculo arbitrário e midiático". Foi assim como o líder do governo na Câmara, o deputado federal José Guimarães, se referiu à condução coercitiva do ex-presidente Lula na manhã para prestar depoimento nesta sexta-feira (4). “Tem muita gente solta para ser presa. Jamais poderíamos aceitar esse espetáculo midiático que é uma ameaça ao Estado Democrático de Direito”, disparou.
“Ninguém está acima de lei, nem juiz e nem aquele que perdeu a eleição. Querem governar o Brasil, então nos derrotem em 2018”, declarou sob aplausos da militância petista. “Estamos num momento de profunda indignação e de repúdio, mas sobretudo de solidariedade a um homem que tem legado. Extrapolaram todos os limites e a militância de esquerda precisa reagir a essa ofensiva”, completou.
"Não somos contra a investigação, o que somos contra é a criminalização seletiva por parte de segmentos da oposição. Jamais o Lula merecia esse espetáculo midiático. Sempre que solicitado, o presidente Lula prestou todos os depoimentos", acrescentou.
Defesa de Lula
Nesta manhã, 200 policiais fortemente armados e 30 auditores da Receita Federal atuaram em três estados: Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. Além do ex-presidente Lula, um dos filhos dele e também Paulo Okamoto, ex-presidente do Instituto Lula, foram alvos desta operação. Ao todo, são 44 ordens judiciais, 33 mandados de busca e apreensão e 11 mandados de condução coercitiva.
Em São Paulo, Lula disse que se sentiu "prisioneiro" por ter sido levado coercitivamente para prestar depoimento à Polícia Federal. Ele depôs no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo e, em seguida, foi à sede nacional do PT, no Centro da capital paulista, onde fez um pronunciamento. "Se o juiz [Sérgio] Moro e o Ministério Público quisessem me ouvir, era só ter me mandado um ofício e eu ia como sempre fui porque não devo e não temo", criticou.
O presidente afirmou ainda que "acertaram o rabo da jararaca", mas "não mataram". E também falou sobre a presidente Dilma Rousseff: "Não permitem que a Dilma governe esse país".