Ciro Gomes |
O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) afirmou, nesta quinta-feira (24), que o PMDB e o PSDB planejam derrubar a presidente Dilma Rousseff (PT) e, em seguida, barrar as investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal e da Justiça Federal do Paraná. As declarações foram dadas ao Broadcast Político, da Agência Estado.
"O objetivo maior é assalto ao poder, tirando o povo da jogada. E o objetivo lateral é encerrar a (Operação) Lava Jato. (...) A coalizão PSDB/PMDB está tentando, entre outras coisas, simples e puramente, o fim e a morte da Lava Jato. A democracia brasileira precisa saber que o (procurador-geral da República, Rodrigo) Janot conseguiu mil contas na Suíça de políticos de tudo que é de partido. E eles estão fazendo jantares em Brasília e conversando explicitamente que é preciso acelerar o impeachment, derrubar a Dilma, e com isso sinalizar para o povo que a Lava Jato concluiu sua finalidade e agora está na hora de encerrá-la", disse Ciro.
Atacar o PMDB não é novidade para a família Ferreira Gomes, agora, Ciro cita o chamado "acordão" que estaria em curso no Brasil. Esse suposto acerto prevê a derrubada de Dilma simbolizando o fim da corrupção e das crises econômica e política, liberando a oposição para assumir o poder e barrar as investigações da Lava Jato, que, com a relação da empreiteira Odebrecht, já atinge 24 partidos.
"Estou dizendo o que eles estão tentando, planejando e executando fazer. Evidentemente, assumindo a Presidência isso fica mais fácil".
Especulações à parte, PMDB e o PSDB estão conversando, de fato, sobre cenários políticos sem Dilma à frente da presidência. No próximo dia 29, o PMDB deve decidir se fica ou não na base do governo.
Impeachment
Sobre o impeachment, Ciro acredita que "só um milagre nos salva". "A queda dela é a ruptura da democracia e o nascimento de um governo ilegítimo e acho que daí adiante a violência será um quadro adicional ao nosso drama", afirma na entrevista.
Lula
Ciro ainda acrescentou que a nomeação do ex-presidente Lula "foi uma estupidez inominável que acelerou e passionalizou muito a construção de um consenso que não existia, e ainda não existe, mas que deu muitos passos à direção da ruptura democrática brasileira através desse expediente golpista, porém, protocolar, que é o processo de impeachment".
(Agência Estado)