quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Cerveró muda versão sobre propina

O ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, teria modicado sua versão sobre um suposto pagamento de propina de US$ 4 milhões à campanha do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, segundo um documento obtido pelo jornal "Valor Econômico". De acordo com o texto, os recursos teriam origem na obra de Renovação do Parque de Refino (Revamp) da refinaria de Pasadena, no Texas.
O valor do suposto caixa dois foi citado num resumo apresentado por Cerveró, ao negociar o acordo de delação premiada, sobre as informações que revelaria. O texto, entregue pela defesa do ex-diretor aos investigadores da Operação Lava-Jato, registra que “foi acertado que a Odebrecht faria adiantamento de US$ 4 milhões para a campanha do presidente Lula, o que foi feito”. O tal pagamento seria a contrapartida por contrato obtido pela construtora e pela UTC para a refinaria do Texas.
A menção à suposta propina paga pela Odebrecht à campanha do ex-presidente, no entanto, desaparece do termo de depoimento em que Cerveró trata do assunto na delação premiada, homologada pelo ministro Teori Zavascki, relator da investigação no Supremo Tribunal Federal (STF). No termo, Cerveró cita a UTC ao invés da Odebrecht como pagadora de suborno para o PT.
“Foi decidido que (...) a contrapartida da UTC pela participação nas obras da Revamps seria o pagamento de propina; que se acertou que a UTC adiantaria uma propina de R$ 4 milhões, que seria para a campanha de 2006, cuja destinação seria decidida pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS)”, afirma trecho do documento obtido pelo Valor.
(Globo)

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