Sete pessoas foram presas no Ceará por suspeita de participação na facção criminosa transnacional Família do Norte (FDN), especializada no tráfico internacional de drogas, e que tentava consolidar um “estado paralelo” na Região Norte do País, segundo a Polícia Federal. O grupo foi capturado durante a operação La Muralla, deflagrada ontem no Brasil e em outros quatro países. A ação contou com apoio da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) e resultou na prisão de, pelo menos, 80 pessoas.
Das prisões no Ceará, duas foram em Fortaleza, por volta das 6 horas da manhã. Entre os suspeitos está Joleardes Celestino Lopes, de 28 anos, conhecido como Giba, apontado como um dos líderes do grupo. Ele foi preso em um flat, na avenida Beira Mar, juntamente com um comparsa. O suspeito atuava como empresário do ramo da construção civil. Porém, as investigações apontam que ele comandava o braço do tráfico da FDN no Estado, distribuindo as drogas.
Outras quatro prisões e quatro mandados de busca e apreensão foram realizados em Crateús, além de uma prisão em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Dos presos, três são mulheres e quatro homens. “São pessoas que se passavam por empresários e comerciantes, mas lavavam o dinheiro do tráfico. As mulheres ficavam mais com a função de lavagem e os homens com o tráfico propriamente dito”, disse o delegado Erisvaldo Graça de Souza, titular da Delegacia de Repressão ao Tráfico de Entorpecentes (DRE), que comandou a operação no Ceará.
“Como a facção PCC (Primeiro Comando da Capital) não conseguiu se estabelecer nos presídios do Norte, no Amazonas, os criminosos daquela região acabaram criando a FDN, que era comandada de dentro dos presídios de lá. É uma organização muito complexa. Tanto que a investigação levou mais de dois anos e culminou na prisão de mais de cem pessoas”, detalhou o delegado.
Foram expeditos 442 mandados judiciais, sendo 127 mandados de prisão preventiva, 67 mandados de busca e apreensão, sete buscas em presídios estaduais, 68 medidas de sequestro de bens, além do bloqueio de contas e patrimônios registrados em nome de 173 pessoas e empresas ligadas aos integrantes da organização criminosa. As medidas foram determinadas pela Justiça Federal no Amazonas. Até o fechamento desta página, os mandados ainda estavam sendo cumpridos.
(O Povo)