Nem a Polícia e nem o Ministério Público sabem ainda a origem dos medicamentos apreendidos nesta quarta-feira (5), que estava armazenada em um depósito da Secretaria de Saúde do Crato. Segundo o promotor Igor Pinheiro, somente depois de uma perícia rigorosa é que se terá condições de saber se os medicamentos foram adquiridos com recursos próprios da Prefeitura do Crato ou se foram doações da Secretaria de Saúde do Estado ou do Ministério da Saúde. A maior parte dos medicamentos é de uso contínuo e deveria ter sido distribuída de forma gratuita para a população nos postos de saúde.
De acordo com as primeiras informações colhidas ainda no local pela Polícia e pelo MP, a maior parte das caixa apreendidas estavam com lotes vencidos e parte das caixas haviam sido encaminhadas para incineração. Porém, conforme o secretário de Saúde do Crato, Lucemilton Macêdo, os medicamento estavam estocados à espera da empresa responsável pela incineração que ganhou a licitação. "Desde maio passado acumulávamos esses medicamentos. A licitação foi concluída recentemente. A empresa já havia sido acionada pra vir recolher esses lotes", explicou o secretário.
O promotor Igor Pinheiro desclassificou qualquer relação da apreensão ocorrida nesta quarta-feira com a Operação Hora da Verdade, desencadeada na terça-feira (4), no Crato. Para ele, os medicamento apreendidos hoje foram frutos de denúncias da população para dois vereadores (Bebeto Anastácio e Jales Veloso), que acionaram a Policia e o Ministério Público.
O prefeito Ronaldo Gomes de Mattos determinou abertura de sindicância administrativa para saber a origem dos medicamentos e porque não foram distribuídos no prazo de validade.