Os promotores Raquel Barua, Igor Pinheiro e Daniel Ferreira participaram da coletiva (Fotos: Flávio Pinto) |
Duas prisões temporárias decretadas, uma pessoa atuada em flagrante de por porte de munição para espingarda, um secretário municipal afastado, apreensão de R$ 290 mil em espécie, e cinco pessoas indiciadas em processo por desvio de recursos públicos da Prefeitura do Crato. Esse foi o balanço apresentado nesta terça-feira (4), pelo Ministério Público Estadual, horas depois do encerramento da segunda etapa da Operação Hora da Verdade.
A pedido do Ministério Público, o juiz da 1ª Vara do Crato, Renato Belo Viana Velloso decretou a prisão temporária de dois irmãos empresários sócios de uma rede de farmácia e distribuidora de medicamentos no Crato. Os dois estão foragidos. A mulher de um deles foi autuada em flagrante pela posse de munição (54 cartuchos) de espingarda, encontrada na residência do casal.
Já o secretário de Finanças do Crato, Édio Oliveira foi afastado do cargo pela Justiça. O secretário é acusado pelo MP de intermediar as licitações suspeitas. Até o momento, o MP diz não ter encontrado evidências da participação do prefeito Ronaldo Gomes de Mattos, no esquema.
O objetivo da operação segundo o promotor Igor Pinheiro, que coordenou a equipe do MP composta por sete promotores, é de investigar o suposto desvio de R$ 5,2 milhões, pagos com recursos públicos na compra de medicamentos e material de impressão gráfica.
Dinheiro e a munição foram apreendidos na casa de um dos empresários |
"Também obtivemos o depoimento de pessoas que espontaneamente procuraram o MP para depor e desmontar o esquema até agora identificado", revelou Pinheiro.
Na avaliação apresentada pelo MP, os medicamentos tiveram preços superfaturados, alguns deles, relata Igor Pinheiro, em até 400% se comparado ao preço de hoje. "Os medicamentos superfaturados foram adquiridos em 2013 e a consulta feita a uma rede de farmácia que atende o mercado foi realizada em 2015. Com a inflação de 14% referente aos dois anos, o aumento é considerado exorbitante", explica o promotor. "Assim como os medicamentos, os serviços de impressão também foram superfaturados e teve a licitação direcionada", completou.
A partir desse nova remessa de documentos apreendidos, o MP dará sequência as investigações e uma terceira fase pode ocorrer logo após a perícia a ser feita nos documentos e computadores apreendidos nesta terça-feira. "Quem foi investigado na primeira fase continua sendo investigado", avisa Igor Pinheiro.