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"A definição dos agraciados deste ano me levou a pensar em quantos cearenses fazem diferença nas suas ruas, bairros, localidades e cidades com ações que nem sempre são visíveis, mas que são fundamentais para mantermos nossas crianças nas escolas, ou prevenir doenças, ou melhorar a qualidade de vida de nossos irmãos e irmãs". Foi assim, ampliando o foco para todos os cearenses, que o governador Camilo Santana exemplificou o perfil dos três homenageados com a Medalha da Abolição de 2015: o arquiteto, compositor e poeta Fausto Nilo; a farmacêutica bioquímica Maria da Penha Maia Fernandes, que empresta seu nome à Lei Maria da Penha; e o médico responsável pelo programa de transplante de fígado no Estado, José Huygens Parente Garcia.
Os três receberam a maior comenda concedida pelo Estado do Ceará das mãos do governador e da vice-governadora, Izolda Cela, em solenidade realizada no Palácio da Abolição, na noite deste sábado (25). Durante a solenidade, Camilo Santana destacou a relevância do trabalho prestado pelos agraciados, sem deixar de ressaltar que todos os méritos não seriam possíveis sem a boa aceitação dos que os acompanham. "Toda esta reflexão me leva a dizer a vocês, Maria da Penha, Dr. José Huygens e Fausto Nilo, que esta comenda tem uma simbologia muito importante. Para mim, entregar a Medalha da Abolição para vocês significa agraciar a todos os cearenses que fizeram e fazem parte da história de vocês e de nosso Estado. Por favor, levem com vocês o meu agradecimento a cada um deles", disse.
Recebendo a Medalha da Abolição das mãos do governador Camilo Santana e da vice-governadora Izolda Cela, trazida por jovens estudantes do Colégio da Polícia Militar do Estado, Maria da Penha Maia Fernandes destacou a importância da luta feminina, comparando a causa com dias passados. "Hoje somos outros abolicionistas lutando contra outro tipo de escravatura. A violência doméstica escraviza mulheres a uma vida de medo, de dor. Mas hoje não precisamos mais sofrer caladas. Dedico essa medalha a todas as mulheres que lutam por essa alforria. Considero que esta comenda representa a Lei Áurea para as mulheres do Brasil. E que hoje lutemos com a mesma força de abolicionistas de outrora", disse.
Fausto Nilo relembrou vários momentos da infância, de pessoas que marcaram a sua vida, e pontuou que é justamente o contato com as pessoas que o levou onde chegou: "Há muitos conterrâneos que se vêem em mim, e acho que isso é fruto de um compartilhamento. O grande mérito que tenho para receber a Medalha da Abolição foi perceber que, a partir da vivência na cidade, é possível fazer arte, seja para projetá-la ou para cantar as belezas dela como poesia. Me considero um sujeito de sorte. Dizem que a vida é feita de oportunidade, um pouco de talento e sorte, e agradeço por ter conhecido essas pessoas, agradeço ao Estado do Ceará, na pessoa do governador Camilo Santana, por essa homenagem".
Dr.José Huygens Parente Garcia, por sua vez, relembrou a infância humilde e de toda a dedicação que teve no início de carreira quando, atendendo a pacientes mais carentes, se incomodava com o alto índice de óbitos pela não existência de transplante de fígado no Estado e lutou para mudar esse quadro. "Nascido na cidade do Crato, crescido no Sítio Buriti, em Santana do Cariri, não estaria aqui sem os esforços dos meus pais, que não mediram trabalho para me tirar da vida agrícola. Hoje, o Hospital Universitário Walter Cantídio foi o centro que mais realizou transplantes na América do Sul. Esse fato é motivo de orgulho e patrimônio para o Ceará, terra da luz que, mesmo com as dificuldades que conhecemos, mostra que podemos fazer a diferença", disse.
(Governo do Ceará)