Ao mesmo tempo em que receberá o
Estado com melhorias significativas em áreas como educação, saúde e situação
fiscal, Camilo Santana (PT) herdará dos oitos anos de governo de seu aliado Cid
Gomes (Pros) desafios dentre os quais a insegurança pública se destaca.
O novo governador assume também a
tarefa de continuar e/ou entregar obras de grande porte iniciadas por Cid, a
exemplo do Cinturão das Águas, da linha leste do metrô de Fortaleza e dos
hospitais regionais.
Comparado ao Ceará de 2006, último
ano da gestão do antecessor de Cid, Lúcio Alcântara, o Estado tem menos mortes
infantis e menos analfabetos. A mortalidade infantil (por mil nascidos vivos,
menores de um ano) caiu de 30,8 em 2006 para 17,6 em 2012. Nesse período, o
percentual de analfabetos (pessoas de 15 anos ou mais incapazes de ler e
escrever um bilhete simples) passou de 20,5 para 16,3. Os números do Ceará,
porém, continuam abaixo das marcas nacionais.
Como afirma Cid em todos os discursos
que faz sobre o assunto, não havia escolas profissionalizantes de tempo
integral antes de ele assumir. Hoje são 108. Camilo promete expandir a rede,
que ele considera um meio de reduzir a criminalidade. A rede de saúde foi
ampliada. O governo Cid ergueu o Hospital Regional do Cariri, em Juazeiro do
Norte, e Hospital Regional Norte, em Sobral.
O próximo governo também terá mais
dinheiro do que quando Cid o assumiu. Em 2006, o Estado arrecadou R$ 6,12
bilhões (valor atualizado). Em 2014, até outubro, entraram no cofre R$ 8,34 bi.
As despesas correntes subiram de R$
11,33 bi (valor atualizado) em 2006 para R$ 16,32 bi previstos em 2014. “O
Estado fez investimento muito alto em todos os setores e aumentou muito o
custeio para manter esses equipamentos”, disse Camilo na quinta. “Isso causa
uma repercussão muito forte no tesouro do Estado. Vamos tentar diminuir os
gastos, procurar aumentar os repasses federais”.
Apesar da contratação de policiais e
dos gastos em segurança no governo Cid, Camilo assume um Estado muito mais
violento do que era em 2006. Naquele ano, 1.793 assassinatos foram registrados.
Em 2013, 4.395. Até outubro deste ano, a Secretaria de Segurança Publica
registrou 3.679.
(O Povo)