O Ministério Público Federal no Ceará (MPF/CE) conseguiu a condenação de 17 pessoas acusadas de desviar e vender mais de 1 mil cartões de crédito e débito que eram extraviados de correspondências enviadas aos Correios. O esquema, denunciado pelo procurador da República Edmac Lima Trigueiro, tinha participação de servidores da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) e de um policial civil, e gerou prejuízo superior a R$ 2 milhões. A ação penal que provocou a sentença é resultado da chamada operação Olho de Boi, deflagrada pela Polícia Federal.
Pouco antes da condenação dos acusados, o MPF também ajuizou duas novas denúncias contra quadrilhas de cartãozeiros que atuavam no Ceará. As ações penais, assinadas pelos procuradores da República Edmac Trigueiro e Luiz Carlos Oliveira Júnior, tramitam na Justiça Federal e são resultado das operações Príncipe Imperial e Malibu, ambas deflagradas pela Polícia Federal.
Em todas as ações, o MPF denuncia a atuação de grupos criminosos especializados na clonagem de cartões de crédito e débito no Ceará por meio da chamada ferramenta "chupa-cabras", ou na apropriação de cartões bancários de terceiros pelos Correios. Os cartões clonados ou desviados eram utilizados pelas quadrilhas em compras em estabelecimentos comerciais e em saques feitos em terminais e convênios lotéricos.
Os réus julgados e agora condenados pela 12ª Vara Federal cumprirão penas pelos crimes de estelionato, peculato ou falsificação de documentos públicos. De acordo com a denúncia, a fraude envolvendo 17 réus provocou prejuízo financeiro de R$ 2.139.687,46 aos clientes titulares dos cartões de crédito desviados; à Caixa Econômica Federal, que tem de ressarcir aos clientes lesados; a outros bancos comerciais; e à ECT, responsável pela entrega dos cartões aos clientes e de onde partiu parte da fraude.
(MPF)