Pelo menos cinco advogados cearenses estão sendo investigados por “denúncias muito graves” envolvendo o esquema de venda de liminares no Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE). A informação foi revelada nesta quarta-feira, 28, pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará (OAB-CE), Valdetário Monteiro, em balanço de investigação preliminar do órgão sobre o caso.
De acordo com o presidente, existem indícios claros de irregularidades em pelo menos quatro dos envolvidos. O outro advogado, contratado exclusivamente para atuar nos plantões judiciários, teria sido usado como “boi de piranha” - levando petições aos desembargadores plantonistas envolvidos no esquema.
Segundo a apuração, realizada com informações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Ministério Público do Ceará (MP-CE), outros três advogados são investigados pois estariam trabalhando de forma semelhante em outros setores. Valdetário informou ainda que nenhum integrante da direção da OAB está envolvido nas acusações.
Conforme O POVO já havia informado em fevereiro, escândalo envolvendo suposta venda de liminares pelo TJ-CE estourou em abril deste ano. Segundo investigações do CNJ, dois desembargadores da Corte teriam envolvimento na venda de liminares durante plantões judiciais, a R$ 150 mil cada. Após o caso repercutir, o presidente do TJ confirmou a existência de indícios de irregularidades.
Na manhã desta quarta, Valdetário revelou que, após o início do esquema, média de processos analisados por plantão subiu de dez para oitenta em um único plantão.
( O Povo)