Cada folha a menos no calendário eleitoral de 2014 é um dia a mais de pressão do PSDB sobre o ex-senador Tasso Jereissati (PSDB), cuja candidatura tem sido cobrada com insistência pelo pré-candidato tucano à Presidência da República, Aécio Neves.
Na última terça-feira, Tasso se reuniu com a cúpula da sigla em Brasília, para mais uma rodada de avaliações sobre a conjuntura política nacional. Outro encontro teria ocorrido ontem – não confirmado pela assessoria do cearense. Apesar de, publicamente, Aécio se declarar otimista sobre a situação do PSDB no Ceará, a relutância de Tasso e a indefinição sobre nomes de peso e alianças partidárias têm sido motivo de preocupação no tucanato.
“Nos outros estados, as composições já estão bem mais avançadas que a nossa. Existe uma importância no Ceará, nós temos cinco milhões de voto. É expressivo”, alertou o deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE), que, nesta semana, nos corredores do Congresso, aproveitou para questionar Aécio sobre as negociações com o ex-senador cearense. “Ele falou: ‘Pode deixar que a gente vai definir isso’”, relatou Matos.
Até ontem, no entanto, não havia informações sobre um suposto avanço. Por meio de sua assessoria, Aécio mandou dizer ao O POVO que está “extremamente otimista em relação à candidatura de Tasso ao Senado, para garantir um palanque sólido” à sua empreitada presidencial. Uma nova reunião da cúpula tucana está marcada para a terça-feira (22).
O impasse impacta tanto na campanha de Aécio no Ceará – onde sua popularidade já não é alta – quanto no desenho do cenário eleitoral local. Não há previsão de que o pré-candidato visite o Estado enquanto não houver uma estruturação de alianças mais ou menos definida – o que só deverá ocorrer quando Tasso se posicionar, já que partidos como PR e PPS assistem aos passos do tucano para saber se lançam ou não candidatos na chapa de oposição.
Lideranças do PSDB afirmam, ainda, que sem o ex-governador no páreo para o Senado a vaga “seria entregue quase de graça” ao pré-candidato da chapa governista ao cargo – possivelmente, ao hoje deputado federal José Guimarães (PT) ou ao já senador Inácio Arruda (PCdoB). No PMDB, caso não haja acordo com o governador Cid Gomes (Pros), o senador e pré-candidato ao Governo Eunício Oliveira torce para que Tasso entre na disputa, o que colocaria mais lenha na campanha e tornaria sua candidatura mais competitiva.
(O POVO/Blog do Eliomar)