Reprodução TV Site Miseria |
Até que ponto o profissional de imprensa pode desempenhar seu papel nos meios de comunicação? Seja na TV, no jornalismo impresso ou na web, o jornalista deve manter a imparcialidade e, principalmente o bom senso nas entrevistas e nas imagens. As imagens requerem cuidados redobrados.
Nesta quarta-feira (19), o site www.miseria.com.br, um dos mais acessados no estado do Ceará, postou e continua lá, pelo menos até as 23 horas de hoje (19), um vídeo mostrando como não se faz, ou pelo menos, não deve fazer jornalismo.
Na TV Site Miseria, uma das ferramentas do site, um vídeo causou-me perplexidade. Realmente a imaginação é algo surpreendente, seja para bem, seja para o mal, ou até mesmo para quem quer se expôr ao sensacionalismo barato, pra não dizer ridículo e inaceitável.
A reportagem em questão é sobre um vídeo em que o repórter relata a prisão de uma rapaz acusado de tráfico de drogas e acabou preso por policiais militares "sem noção".
Não satisfeitos em mostrar exposição do acusado e da companheira dele, os policiais ainda exibiram como troféu, drogas, armas, dinheiro e um aparelho vibrador, que segundo os PMs tinham sido apreendidos na casa do acusado.
Em sua narração, o repórter acompanha narrando com entusiamo passo a passo as imagens dos objetos apreendidas feitas pelo cinegrafista do site e que estavam expostos sob a viatura policial. Por diversas vezes, o repórter fala do vibrador, que ereto sob o capô da viatura ganhava destaque na reportagem.
Lamentável a postura do repórter, do cinegrafista, dos PMs e da edição da TV Site Miseria, que ainda divulgou a reportagem no youtube como um troféu irreverente.
Aí é que entra a questão do jornalismo. Pra que mostrar o vibrador ereto em cima do capô? Pra mostrar a companheiro do acusado? Pra que dizer que o objeto foi apreendido com o jovem? O vibrador é mais importante do que o fato de ter tirado um jovem armado das ruas e acusado de tráfico? Se for, eu desaprendi a fazer jornalismo.
Como os PMs não tem formação jornalística estão dispensados das críticas. Já o repórter e cinegrafista, recomendo a repensar a profissão. Sensacionalismo está em desuso. A edição do site e/ou direção do site, dispenso comentários.
A quem interessa possa o endereço da reportagem é TV Site Miseria