domingo, 30 de março de 2014

Arquivo Público realiza exposição para lembrar os 50 anos da Ditadura Militar

Nesta segunda-feira, 31 de março, o Brasil lembra os 50 anos decorridos desde o golpe militar que viria a suspender o Estado de Direito, as liberdades democráticas e os direitos de expressão e reunião, além de institucionalizar a tortura e o assassinato como políticas de Estado. Nesse período em que o País vivencia reflexões a partir dessa data marcante, o Arquivo Público do Estado do Ceará (APEC, Rua Senador Alencar, 348, Centro) tem como destaque a exposição "Memórias Reveladas: as Lutas Políticas no Ceará (1964-1985)", contendo documentos do acervo da instituição, produzidos e recebidos pelo aparato repressor do Estado, durante a ditadura militar, que se estenderia por 21 anos e provocaria afrontas aos direitos humanos que continuam sendo investigadas até a atualidade.
A exposição tem entrada franca e conta com supervisão de integrantes da equipe que trabalhou na seleção dos documentos, que estão sob a custódia do Arquivo Público desde 2005. Passaram por identificação, organização, descrição arquivística e digitalização, estando hoje disponíveis para pesquisadores das áreas de direito, história, sociologia e antropologia, entre outras. A exposição "Memórias Reveladas" é uma oportunidade de o grande público ter acesso a exemplares importantes desses documentos, reveladores de acontecimentos registrados no Ceará, durante a ditadura militar.
"A exposição tem como objetivo dar mais visibilidade a esse acervo, tendo em vista que essa documentação passou um longo período de restrição, desde que chegou para a custódio do Arquivo Público, em 2005, até maio de 2012, quando a Lei Nacional de Acesso à Informação garantiu a abertura desses documentos para pesquisa e produção de conhecimento", destaca Márcio Porto, diretor do Arquivo Público.
O acervo do projeto "Memórias Reveladas" teve origem nos fundos documentais da Delegacia de Ordem Política e Social (Dops-CE), do Serviço Estadual de Informações (SEI), na Secretaria da Segurança Pública do Ceará e nos arquivos do jornal Tribuna Operária. A seleção dos documentos seguiu os critérios de importância histórica, social e cultural, destacando fatos de grande repercussão na época, atuação de sindicatos, da Igreja e de outros personagens das histórias reais de perseguição e resistência à ditadura no Ceará.
A exposição está aberta ao público de segunda a sexta, das 8 às 17 horas, com entrada franca.
(Secult)

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