O presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), deputado estadual Romeu Aldigueri, apresentou dois Projetos de Lei que reforçam o compromisso com a valorização da cultura nordestina, tendo como foco central o forró — uma das expressões mais emblemáticas da identidade cearense e brasileira.
O primeiro projeto reconhece oficialmente o forró como Patrimônio Histórico-Cultural e Imaterial do Estado do Ceará, destacando sua relevância nas dimensões musical, poética, dançante e social. A proposta considera o forró não apenas como um gênero musical, mas como um conjunto amplo de manifestações culturais nordestinas, incluindo ritmos como baião, xote, xaxado e arrasta-pé, além de elementos como a literatura de cordel, vestuário típico e modos tradicionais de celebração popular.
De acordo com o texto, o Poder Público estadual poderá desenvolver políticas de fomento, valorização, difusão e proteção do forró, por meio do apoio a artistas, grupos tradicionais, festivais e outras iniciativas culturais.
Já o segundo projeto propõe a inclusão do tema “forró” como tema transversal na grade curricular das escolas públicas do Ceará. A proposta visa incorporar, de forma interdisciplinar, os aspectos históricos, culturais, sociais e artísticos do forró no ambiente escolar, reconhecendo-o como Patrimônio Cultural do Brasil, título já conferido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
A iniciativa tem como objetivo fortalecer a identidade cultural dos estudantes, promover o respeito à diversidade e valorizar os saberes populares regionais dentro do processo educativo. O projeto está alinhado com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996) e com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que preveem a valorização da cultura brasileira e da cidadania como parte da formação educacional.
“O forró é mais do que música — é memória, resistência, elo de pertencimento. Valorizar essa expressão nas escolas é formar gerações mais conscientes da riqueza cultural do nosso povo”, destaca Aldigueri na justificativa dos projetos.
As propostas representam um avanço na preservação e valorização do patrimônio imaterial nordestino, especialmente em um Estado que é berço de grandes nomes do gênero, como Waldonys, Dominguinhos e Luiz Fidélis. Com a aprovação das matérias, o Ceará dá um passo importante rumo à formação de uma consciência cultural crítica e ao fortalecimento da identidade nordestina dentro e fora da sala de aula.